Divisão de Colmeias de Abelhas Nativas – Métodos de divisão de colmeias para multiplicações de enxames com sucesso. Método de perturbação mínima e doação de favos.
Divisão de colmeias de Abelhas Nativas – A divisão de colmeias tem como objetivo gerar uma nova colmeia a partir de uma colmeia forte.
De maneira geral o processo de divisão de colmeias de abelhas nativas consiste em dividir os elementos de uma colmeia forte. As abelhas, os discos de cria e os potes de alimentos divididos entre duas caixas. Sendo uma delas a colmeia forte doadora, chamada de colmeia mãe ou colmeia matriz. E a outra nova colmeia que vai receber os elementos, assim chamada de colmeia filha ou colmeia divisão.
A divisão de colmeias de abelhas nativas ajudam na conservação das espécies de abelhas nativas. Assim expandindo a quantidade de colmeias espalhadas por todo território brasileiro. Este processo também ajuda na recuperação de ambientes degradados além de ser uma alternativa econômica para o meliponicultor.
A seguir, serão apresentados alguns métodos de divisão de colmeias de abelhas nativas, levando-se em conta as diferenças básicas entre os grupos de gêneros Meliponas e Trigoniformes.
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Método da doação de favos – Divisão de Colmeias de Abelhas Nativas
Trata-se do método mais tradicional, empregado de forma semelhante pela meliponicultura tradicional em diversas regiões do Brasil.
Neste método, a “colmeia mãe” cede de dois a quatro favos de cria madura, aquela de coloração mais clara amarelada, para o povoamento de uma caixa nova, ou “colmeia filha”.
A cria madura contém abelhas prestes a nascer e, portanto, proporciona o estabelecimento mais acelerado do trabalho das operárias na caixa nova.
Diferenças entre Meliponas e Trigoniformes
A principal diferença entre as abelhas Meliponas e Trigoniformes é no nascimento de princesas. Portanto as abelhas nativas do gênero Meliponas geram princesas virgens que se tornarão futuras rainhas por proporção genética. Ou seja, cerca de 25% das abelhas que nascerem no disco de cria serão princesas virgens. Assim as células de crias de princesa, operárias e zangões são do mesmo tamanho. Portanto para realizar a divisão de colmeias de abelhas Meliponas basta a colmeia mãe ceder os favos maduros para a colmeia filha.

Já as abelhas do grupo de gêneros Trigoniformes, as princesas virgens nascem a partir de células reais ou realeiras. Este detalhe é muito importante na divisão de colmeias de abelhas destes gêneros trigoniformes, pois para o sucesso da divisão é necessário no mínimo uma realeira nos discos doados pela colmeia mãe. Assim esta princesa virgem que nascer desta célula real se tornará a rainha da colmeia.

Os discos de cria maduros devem ser apoiados em bolotas de cerume para não ficarem em contato direto com o fundo da caixa. Assim as abelhas podem fazer a manutenção e limpeza nos discos de cria.

É aconselhável fornecer cera alveolada ou cera da própria caixa mãe para a caixa filha. Assim as abelhas operárias aceleram o processo de proteção dos discos de cria e de produção de potes de alimentos. O orifício de entrada da caixa também pode ser diminuído com a utilização de cera. Assim as abelhas moldam o tamanho da entrada que lhes agrada e ajuda na proteção da colmeia.
Depois destes procedimentos a colmeia filha deve ser colocada no lugar da colmeia mãe. Assim, ela receberá as abelhas campeiras que colaborarão na defesa e organização da nova caixa. A caixa filha deve ter todas as frestas vedadas com fita crepe para evitar ataques de forídeos entre outros predadores.
A colmeia mãe deve ser transportada e instalada em um lugar distante, a no mínimo 10 metros, evitando que o cheiro da rainha ali presente atraia as campeiras de volta para a caixa mãe. É possível confinar a caixa mãe por três dias sem nenhum problema, assim garante que as abelhas campeiras não irão voltar para ela.

Três dias após a divisão de colmeias de abelhas nativas é possível oferecer alimentação artificial para a colmeia filha.
Depois de 30 a 40 dias é possível observar se a rainha se desenvolveu. Esta observação deve ser feita nas revisões periódicas.
Método da doação de favos 2 para 1 – Divisão de Colmeias de Abelhas Nativas
Opcionalmente, é possível utilizar uma terceira colmeia como doadora de campeiras. Nesse caso, a colmeia mãe permanece em seu lugar original. E a colmeia filha que recebeu os discos de cria da colmeia mãe é colocada no lugar desta terceira caixa. Assim a terceira caixa que deve ser colocada a uma distância de 10 metros da caixa filha.
Este método visa diminuir os impactos causados pelas divisões de colmeias visto que a colmeia mão cede apenas os discos de cria e a terceira colmeia cede apenas suas campeiras.

Método de perturbação mínima – Divisão de Colmeias de Abelhas Nativas
Trata-se de um método que depende da utilização de um modelo de caixa específico, no caso a “Fernando Oliveira” ou Caixas INPA.
Uma das grandes qualidades deste modelo de caixa é justamente possibilitar a divisão de enxames através do método de “perturbação mínima”, idealizado pelo criador da caixa.
Neste método é obtido duas colmeias através da divisão de uma colmeia sem a necessidade de manusear os diascos de cira com as mãos. A vantagem deste método é a acelerada recuperação das duas colmeias e a menor incidência de ataques de pragas após a divisão.
Na imagem abaixo podemos observar o procedimento de divisão. A caixa central é a colmeia mãe que é dividida entre duas colmeias . Cada uma das novas colmeias recebe uma módulo com discos de cria e um módulo com alimentação.

No momento da divisão o meliponicultor deve observar os elementos internos da colmeia . Verificando em quais módulos ficaram os diferentes favos: verdes (postura) ou maduros (nascente).
De forma semelhante ao método de doação de favos, a colmeia que ficar com a maior parte dos favos de cria madura deve ser transportada a uma distância mínima de 10 metros. E a outra colmeia deve ser colocada no lugar da colmeia mãe.
Essa condição é diagnosticada no momento da separação de módulos, com base nos favos observados no fundo da colmeia dividida. Caso o módulo inferior (fundo) apresente favos de cria verde, constata-se, que os favos maduros ficaram em cima, ou seja, no módulo de divisão (ou sobre ninho).
Para as espécies dos gêneros Trigoniformes, esse método é um pouco mais complexo. Uma vez que na velocidade da separação dos módulos é difícil visualizar as células reais. Assim para o sucesso da divisão por este método, deve se garantir que uma das colmeias tenha a rainha e a outra colmeia tenha as células reais.
É muito difícil prever se esta situação irá mesmo ocorrer, portanto este método não é recomendado para abelhas dos gêneros trigoniformes.
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ola gostei muito do site e do trabalho de todos e o PRINCIPAL DIVIDIREM (DISSEMINAREM) AS INFORMAÇÕES (conhecimento) com todos os amantes da ABSF…
PARABÉNS E MUITO OBRIGADO…
janair
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Olá Janair,
Muito obrigado! Nosso objetivo é dividir todo o conhecimento possível na criação de abelhas nativas!
Abraço!
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Com quanto tempo após uma divisão, pode ser feita outra divisão ?
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Olá Wellington,
Isso depende muito da força da sua colônia, tem colônias que em 3 meses estão prontas para uma nova divisão, tem outras que só voltam ao ponto de divisão no próximo ano.
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Olá caros amigos, me tirem uma dúvida: ao realizar a divisão, a caixa filha fica no lugar onde estava a caixa mãe para capturar campeiras, a minha dúvida é a seguinte: a caixa mãe não irá ficar totalmente sem campeiras devido as abelhas sempre voltarem para o local onde estavam e neste caso entrarão todas para a caixa filha? Devo fechar a entrada da caixa mãe durante alguns dias para as campeiras que estiverem dentro da caixa mãe esqueçam do local onde estavam e permaneçam algumas na caixa mãe? Muito obrigado pela atenção!
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Olá Fabiano, Sim, as campeiras na sua grande maioria irão para a caixa filha. O procedimento que eu adoto é, depois da divisão, fechar a caixa mãe por pelo menos 3 dias, e depois colocá-la no novo local. Algumas campeiras ficam na caixa mãe e logo as abelhas novas irão viraram campeiras, então não tem problema passar as campeiras para a caixa filha. Abraço!
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Sou iniciante e gostaria de saber mais sobre divisão com o método de perturbação minima.
Tenho uma jatai em uma caixa do modelo AF. O modelo se assemelha com o Inpa e na teoria não seria recomendado para esse tipo de divisão.
Se eu fazer uma pré analise para verificar em qual modulo esta a célula real, seria possível fazer a divisão usando esse método?
Depois dessa pré analise, teria que esperar quantos dias para fazer a divisão, ou posso fazer no mesmo dia?
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Olá Joel, nesta espécie de abelha, abelhas Jataí, não é recomendado fazer divisão… A chance de êxito é baixa e a captura desta espécie é muito simples….. Priorize capturar abelhas com as iscas. Abraço.
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como saber se a colmeia esta pronta para a divisão?
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Olá Jean, geralmente uma colmeia esta no ponto de divisão quando a caixa estiver toda preenchida com ninho e potes de alimento. E para efetuar a divisão é recomendado esperar que os discos que estão quase encostando na tampa, fiquem maduros. Abraço!
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Senhores boa noite;
Primeiramente gostaria de parabenizar pelo site e pela forma fácil de entendimento que abordam os assuntos.
A minha dúvida é a seguinte; Após a divisão da colméia, devo manter a colmeia mãe afastada da colméia filha por quanto tempo? Tenho um meliponario em casa e tive que levar a colmeia mãe para outra casa e gostaria de saber quando posso a trazer de volta. Obrigado.
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Olá Danilo, seria interessante esperar pelo menos 10 dias para trazer de volta. Se você puder, deixe mais tempo.